CASOS DE COQUELUCHE NO BRASIL TÊM ALTA DE QUASE 100%
Segundo dados registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), foram notificados até a última semana de 2012 15.428 casos suspeitos de coqueluche no Brasil. Desses, 4.453 (28,9%) foram confirmados, representando um incremento de 97% em relação ao mesmo período de 2011, em que foram confirmados 2.258 casos. Ainda não há uma causa consensual para esse aumento no número de infectados.
O cenário epidemiológico da coqueluche no Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos casos (veja imagem abaixo), resultado da ampliação das coberturas vacinais. Naquela década, a cobertura vacinal alcançada era de cerca de 70% e a incidência era 10,6 casos em cada grupo de 100 mil habitantes. À medida que as coberturas elevaram-se para valores próximos a 100%, no período de 1998 a 2000, observou-se que a incidência baixou para 0,9 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
A doença
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória e de notificação obrigatória. Ela compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por tosse seca. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível por meio de eliminação de gotículas de ao tossir, falar ou espirrar.
É raro, mas a transmissão também pode ocorrer por objetos contaminados com secreções do doente. O agente etiológico da coqueluche é a bactéria Bordetella pertussis, bacilo gram-negativo, aeróbico, não esporulado, tendo o homem como principal reservatório.
Diagnóstico
A confirmação diagnóstica da coqueluche, conforme preconizado pelo Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, é feita pelo critério laboratorial por meio da cultura da bactéria Bordetella pertussis ou pelo isolamento por técnica de PCR. Tem-se observado elevado índice de culturas negativas dentre os casos notificados, o que pode estar relacionado ao uso de antibioticoterapia prévia ou a falhas nas técnicas de coleta, acondicionamento e transporte das amostras.
Prevenção
A principal medida de prevenção contra a coqueluche é a vacinação. A imunização contra a coqueluche faz parte do Calendário Básico de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde por meio da vacina pentavalente (que oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo B e hepatite B), indicada para imunização de crianças a partir de dois meses de idade, em esquema de três doses, com intervalo de 60 dias entre as doses. A faixa etária que apresenta o maior número de casos e incidência da doença é a dos menores de um ano de idade, que corresponde a cerca de 70% dos casos de coqueluche no país - por isso a correta vacinação no primeiro ano de vida é muito importante.
Fonte: Hermes Pardini