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Doenças respiratórias no inverno

Doenças respiratórias no inverno

Por que as doenças respiratórias pioram no inverno? 

Com a chegada do inverno, o frio, o tempo seco e a menor dispersão dos poluentes pioram a qualidade do ar, o que por si só já seriam fatores irritantes das mucosas respiratórias. Isso tudo associado à tendência de aglomeração em locais fechados faz com que as infecções respiratórias aumentem a sua incidência neste período do ano. Vírus e bactérias acabam se transmitindo de pessoa a pessoa com maior facilidade, causando alguns surtos e até epidemias. As pessoas já portadoras de doenças respiratórias crônicas, tais como a asma, a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ou a rinite alérgica têm maior tendência a apresentar crises de exacerbação nesta época do ano em função disso.

 

Para se ter noção da importância das doenças respiratórias no Brasil, os registros do DATASUS apontam que as doenças respiratórias (pneumonia, asma e DPOC) representam em conjunto as principais causas de internação no nosso país, excetuando-se as causas ligadas à gestação, parto e puerpério, com mais de um milhão de casos por ano. Ainda, as  pneumonias são consideradas como a quarta maior causa de óbito no Brasil, excetuando-se a mortes traumáticas, violentas. Segundo dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do Hospital Samaritano de São Paulo, ocorreram 1645 internações decorrentes de doenças respiratórias no ano de 2005 neste hospital, com maior incidência nos meses de outono e inverno.

 

Quais são as principais doenças respiratórias que se agravam no inverno?

A asma é uma doença inflamatória dos brônquios de causa alérgica. A pessoa portadora apresenta uma reação exagerada das paredes brônquicas (chama de hiper-reatividade) a estímulos externos, que podem ser poluentes ambientais ou mesmo domésticos, como os ácaros, animais de estimação ou fumaça do cigarro. O tempo frio também pode desempenhar este papel de desencadeador das crises. Os sintomas clássicos são o chiado no peito e a falta de ar. O tratamento, feito à base de drogas antiinflamatórias por via inalatória, trata a causa do processo e previne o portador de desenvolver crises quando exposto a estes fatores.

 

A DPOC é uma designação para um misto de bronquite crônica e enfisema pulmonar, alterações irreversíveis que ocorrem nos brônquios e pulmões de fumantes. Evolui também em crises que podem ser mais freqüentes nesta época do ano. Os sintomas clássicos são a falta de ar, tosse persistente com produção de escarro, pigarro crônico e até chiado no peito. A melhor prevenção para esta doença é a cessação do tabagismo. Os portadores desta enfermidade beneficiam-se da vacinação antigripal que antecede os meses mais frios.

 

Pneumonias são infecções do pulmão, que podem ocorrer em qualquer época e em qualquer pessoa, embora os fumantes estejam mais predispostos a isso, pois já apresentam uma colonização crônica por bactérias na sua árvore respiratória (bactérias habitualmente vivem nos seus brôqnuios). Geralmente decorrem de um quadro gripal anterior, e esses vírus abrem as portas das defesas pulmonares para a penetração de bactérias no seu interior. Os sintomas clássicos são a tosse, febre, falta de ar e até mesmo dor torácica, de início súbito, com grande queda do estado geral do doente. Mas quadros menos intensos também podem ocorrer. A vacinação antigripal é indicada para alguns grupos de risco na tentativa de se prevenir esta grave infecção, tais como os idosos, os portadores de doenças respiratórias crônicas, de doenças cardíacas, de doenças renais, de diabetes, portadores de doenças que levem à baixa de imunidade e usuários crônicos de corticóides sistêmicos.

 

Como podemos nos prevenir dessas doenças?

Essas doenças são crônicas e a melhor maneira de prevenção do agravamento neste período de outono-inverno é a continuidade do uso rotineiro das medicações de controle pelos portadores dessas doenças. A vacinação antigripal também é importante ferramenta de prevenção do agravamento e internação, pois o principal mecanismo desencadeador das crises no outono-inverno são as infecções por vírus respiratórios. Além disso deve-se evitar aglomerações em lugares fechados e mal ventilados, evitar as mudanças bruscas de temperatura, o contato com a fumaça do cigarro e animais dentro de casa, e realizar periodicamente e frequentemente a higienização das mãos com água e sabão e, quando possível, com o álcool-gel


A vacina contra a gripe pode prevenir as complicações respiratórias no inverno?

A vacina antigripal é fabricada a partir dos três principais tipos de vírus Influenza e causadores de epidemias no inverno anterior. Ela não previne contra novos vírus ou vírus mutantes, mas é muito eficaz na prevenção da gripe e, principalmente, da evolução desta para pneumonia na maioria das pessoas. A vacinação antigripal é um eficiente protetor e deve ser administrada principalmente naquelas pessoas com os fatores de risco citados.


Essas doenças podem acarretar alguma consequencia mais grave?
Sim. A asma não controlada pode desencadear a crises fatais, assim como as gripes pelo vírus Influenza podem levar a graves quadros de pneumonia, especialmente nos portadores de doenças crônicas. Como dissemos acima, os registros do DATASUS apontam que as doenças respiratórias (pneumonia, asma e DPOC) representam em conjunto as principais causas de internação no nosso país, excetuando-se as causas ligadas à gestação, parto e puerpério, com mais de um milhão de casos por ano. Ainda, as pneumonias são consideradas como a quarta maior causa de óbito no Brasil, excetuando-se a mortes traumáticas, violentas. 

 Fonte: Instituto de Pneumologia Paulista.

 

 

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