Entrevista Dr. Glaucio Grando Galli
O Jornal Pauta entrevistou o diretor/proprietário do Laboratório Pasteur de Análises Clínicas com sede em Joaçaba, o Bioquímico Gláucio Grando Galli, que recentemente foi convidado para uma visita ao Instituto Hermes Pardini, o maior laboratório de análises clínicas da América Latina e o sexto maior em todo o mundo, que se destaca pela supremacia e pela exclusividade de seus materiais, serviços, profissionais e uso da tecnologia. A direção do Laboratório Pasteur esteve na região metropolitana de Belo Horizonte, MG, onde está localizado o instituto. Na conversa, um bate-papo sobre diversos assuntos de interesse comunitário e empresarial.
Sobre a visita ao Instituto Hermes Pardini.
“Nós já trabalhamos com o Instituto há mais de 25 anos, fomos o primeiro laboratório a fazer parceria em Santa Catarina e somos exclusivos aqui em Joaçaba. Devido a essa relação de amizade que o Pasteur possui, nós sempre fomos tratados de forma especial e essa visita já havia sido postergada diversas vezes por nossa parte, devido dificuldades com agenda, até que surgiu uma oportunidade de logística e conseguimos conciliar. Quando lá chegamos, tivemos a oportunidade de comprovar que realmente o Hermes Pardini é um laboratório extremamente poderoso em resolução de diagnósticos, que há pouquíssima terceirização e que conta com quadro funcional de quase mil profissionais. O que nos impressionou foi o tamanho das instalações, que posso classificar como gigantescas. Também foi muito agradável a recíproca entre o Instituto Hermes Pardini e o Laboratório Pasteur de Joaçaba, pois a pedido deles, gravamos um depoimento sobre a importância desta parceria e a maneira como os representamos aqui em Santa Catarina. Ponto alto deste encontro foi a informação nos repassada de que os contatados pelo Hermes Pardini aqui no estado, tem muito boa aceitação e falam bem do Laboratório Pasteur à eles. A partir disso, nos perguntaram se havia algo que poderia ser melhorado no sistema de atendimento deles e nós opinamos com informações que achávamos relevantes.
Podemos comparar a realidade do Hermes Pardini a nível nacional com a do Laboratório Pasteur em um trabalho mais regionalizado?
Sabe por que não dá pra comparar? Por que nós atendemos as pessoas, o pai, mãe, filho, a comunidade enfim e o Instituto Hermes Pardini não atende diretamente o paciente e apenas o material a ser examinado. É diferente a sistemática entre um e outro. Ele não é um laboratório para o público e sim um prestador de serviços aos próprios laboratórios. Mas no que tange a qualidade dos serviços prestados não há distinção, os trabalhos se equivalem.
Muitas coisas que lá foram vistas ou aprendidas podem ser implantadas nas unidades do Laboratório Pasteur na região?
Com certeza. Tanto é que já temos aparelhos aqui idênticos aos que eles usam lá, porém em quantidade menor, é claro. Mas nós vimos lá os mesmo equipamentos que usamos aqui e isto prova a nós mesmos que trabalhamos com o que há de melhor no mercado. É um Instituto muito forte coordenado pela Família Pardini mas que possui a coordenação financeira de Arminio Fraga que já foi Presidente do Banco Central do Brasil com investimentos de George Soros, ou seja, pessoas com uma visão empresarial e empreendedora a frente de seu tempo.
O senhor que está sempre em contato com novos mercados, o que pode nos dizer sobre as novidades mundiais em análises clínicas?
Vem aí a “Química Seca”. A maneira como é feito o teste do pezinho será utilizado para tudo desde uma simples coleta de sangue. Na Europa já é assim e é por esse motivo que nós estaremos indo pra lá novamente em outubro para realizar estudos sobre isso e voltarmos para Joaçaba com estas e outras novidades.
Como empresário, quais são as dificuldades para se implantar sistemas de análises clínicas aqui no Brasil como os europeus ou americanos?
A variação do dólar interfere no nosso crescimento intelectual e de equipamentos. Quando houve a baixa do dólar nós conseguimos trazer muitas novidades – nós eu digo, o mercado brasileiro, por que o mercado nos permitia fazer isso. Hoje há ofertas de novos aparelhos mas a questão cambial assusta, e é devido a isso que as novidades não vêm tão rapidamente para cá.
Então este ano o Laboratório Pasteur estará buscando novidades direto da Europa?
Isso, estaremos indo para Paris em outubro buscando novidades para os nossos clientes. Tenho este agendamento de buscar novidades e aperfeiçoamento a cada dois anos. Eu costumo dizer que Paris está para análises clínicas como Roma está para o catolicismo e como Meca está para a religião muçulmana. Ai o pessoal me pergunta: Mas não se encontra tudo nos Estados Unidos? Eu respondo que sim, mas existem as culturas de localidade como existem aqui as capitais de cada cidade como Luzerna é a da amizade, e Paris é das análises clínicas. Inclusive lá se encontra o Instituto Pasteur, originário das pesquisas de Louis Pasteur, podemos dizer que foi lá que tudo que conhecemos hoje sobre este assunto, começou. Hoje, praticamente tudo é produzido nos EUA, mas as grandes empresas utilizam a capital francesa para fazer o lançamento devido a essa cultura que já está impregnada.
E estas culturas impregnadas serão eternas?
Não, eu creio que vá acabar como tantas outras questões já acabaram. Como um dia Detroit foi a terra dos automóveis. Sempre busco um tempinho para a leitura e tenho lido que nós vamos ter uma “loucura” nos próximos anos em termos de planeta por que os EUA bancou a questão do xisto no processo de transformação de petróleo que é de U$$ 30 hoje e vai passar a ser de U$$ 3,80 em breve. A grande celeuma disso é a poluição até por que eles nunca assinaram o tratado de Kioto mas a verdade em que eu acredito é que assim que eles disserem aos árabes que não vão mais invadir nas suas terras e não precisam mais do seu petróleo, vai haver uma quebradeira com as outras regiões do mundo devido ao alto potencial americano, que poderá ser então, totalmente auto suficiente.
Então as novidades do setor estão em Paris, mas são produzidas pelos americanos?
Isso, bem isso. Se vende Paris como a capital das análises clínicas mas com produção norte americana. Tudo é feito lá e vem de lá. E é por isso que os norte americanos dividem o mercado através dos lançamentos em outros países.
E na situação atual que o Brasil está vivendo, o senhor tem alguma expectativa de novo desenvolvimento?
“Acho que se nós arrendássemos o Brasil daria mais certo” – risos. Não dará nada muito certo enquanto formos enganados pelos políticos do país. Eu creio que a Dilma não consiga fazer grandes mudanças sobre o que aconteceu recentemente no país, provavelmente não terá fôlego para vencer em 2016 e ai, quem pode prever o que vai acontecer?
E sobre as novidades para os 27 anos do Laboratório Pasteur?
Vem aí uma novidade bombástica, que não pode ser divulgada antecipadamente. Será uma exclusividade no país e essa tem sido a função do Laboratório Pasteur; sempre proporcionar aos nossos clientes um atendimento de muita qualidade que já faz parte da nossa história, e como já fomos pioneiros outras diversas vezes, vamos continuar sendo com as novidades que vem por ai.