Exames para manter a gravidez saudável
Quando uma mulher cogita engravidar, é possível que uma das primeiras perguntas que lhe passa pela cabeça seja – será que meu corpo está pronto para passar por todo esse processo? E mesmo que não exista algum problema aparente, o melhor a fazer é buscar ajuda especializada para avaliar o estado geral da saúde. Essa iniciativa deve ser colocada em prática, no mínimo, três meses antes da data prevista para a concepção. Mas a maioria das pessoas procura o ginecologista ou o obstetra apenas para confirmar a possível gravidez ou para dar início ao acompanhamento médico que durará até a data do parto, isto é, para o pré-natal.
Segundo Marcelo Burlá, presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ), os exames pré-concepcionais são preventivos e buscam identificar enfermidades capazes de prejudicar a gestação, a mãe e o bebê, além de avaliar os principais órgãos da futura gestante, como os rins e o fígado. “Nessa consulta damos as orientações necessárias, como a indicação do consumo prévio de ácido fólico que, diferentemente das crenças populares, deve acontecer antes da concepção para prevenir defeitos no tubo neural”, completa Burlá. Essa medida também se justifica para detectar alguma situação clínica que poderá ser corrigida com tratamentos específicos, como a profilaxia de tromboses. Se a gravidez não foi planejada, os testes realizados durante o pré-natal, igualmente buscarão tirar dúvidas sobre o perfeito funcionamento do organismo materno. Todavia, eventuais terapias poderão ser mais complexas durante a gestação. Confira, a seguir, quais são os principais exames solicitados antes ou no início da gestação, e garanta mais saúde para você e seu bebê:
Colposcopia e Papanicolau: Diagnostica possíveis infecções e lesões no colo uterino. Podem ser necessários testes específicos, para detectar a presença de clamídia que pode prejudicar a gravidez.
Glicemia de jejum: Útil para verificar intolerância à glicose ou diabetes pré-gestacional. Mesmo sem histórico na família ele é solicitado e requer jejum de 8 horas.
Hemograma completo: Esse simples teste é capaz de detectar anemia e infecções. Alguns médicos podem solicitá-lo, para controle, durante toda a gestação.
Sorologia para sífilis: O VDRL pesquisa infecção pelo Treponema pallidum. Se for positivo, outros exames mais específicos serão realizados.
Sorologia para hepatite B: Mostra a presença do vírus que pode infectar o feto no parto. Se for positivo, a mãe pode ser vacinada, com eficácia de 85% a 95% de proteção.
Sorologia para hepatite C: Útil para verificar a presença do vírus na mãe. A taxa de transmissão para o feto é de 4,3% a 5%.
Sorologia para rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus: essas doenças são as principais que afetam o feto. Avalia se a mãe tem ou não anticorpos. No caso da rubéola, a mãe poderá ser vacinada se não tiver imunidade.
Ultrassonografia: A transvaginal avalia a morfologia do útero e ovários e identifica lesões (miomas ou cistos) que podem dificultar a gestação.
Tipagem sanguínea: Junto ao Coombs indireto, ele revela o risco de anticorpos contra o sangue do bebê. Isso, se a mulher tem tipo sanguíneo Rh negativo e o homem positivo.
HIV: Indica a presença do vírus da imunodeficiência humana, que causa a Aids. O exame requer autorização prévia da mãe.
Urina: Avalia a presença de infecção urinária ou alguma afeção das vias urinárias.
Fonte: Revista VivaSaúde Edição 126