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Novo teste de urina para câncer de próstata pode estar disponível em 2015

Novo teste de urina para câncer de próstata pode estar disponível em 2015

Um novo teste para diagnosticar o câncer de próstata de forma mais rápida e prática do que os exames disponíveis atualmente pode chegar ao mercado no ano que vem. Ele consiste em identificar, na urina do paciente, a presença de uma proteína chamada engrailed-2, ou END2, que é produzida por células cancerígenas da próstata.

Em anúncio feito essa semana, pesquisadores da Universidade de Surrey, na Grã Bretanha, onde o exame END2 foi desenvolvido, revelaram uma parceria com o laboratório britânico Rodox, que vai passar a fabricar e comercializar o teste a partir dos estudos desenvolvidos pela universidade. Para que possa ser aplicado na prática clínica, porém, o exame ainda precisará ser submetido à aprovação das agências reguladoras de cada país em que foi utilizado.

Atualmente, o diagnóstico do câncer de próstata é feito principalmente pelo exame de PSA (proteína presente no sangue que, em altos níveis, pode indicar a doença) e o de toque retal. Um exame não exclui o outro – o ideal é que seja submetido  aos dois testes. Isso porque, enquanto o PSA fornece informações como progressão da doença e as chances de recorrência do câncer, o exame de toque pode dizer qual é a extensão do tumor e ajudar o médico a escolher o melhor tratamento para cada caso. Se derem positivo, os resultados de ambos os exames precisam ser confirmados por uma biópsia.

Precisão: Um estudo mostrou que o teste de urina mede a proteína EN2 detecta o câncer de próstata com uma precisão aproximadamente duas vezes maior que a do exame de PSA. “Enquanto o novo teste parece diagnosticar entre 60% e 70% dos tumores na próstata, o PSA, sozinho, identifica cerca de 30% a 40%,” diz Gustavo Cardoso Guimarães, cirurgião oncologista e diretor de urologia do Hospital A.C Camargo, em São Paulo.

Além disso, a mesma pesquisa indicou que ele praticamente não oferece falsos diagnósticos positivos. Segundo os resultados, o teste de urina deu o diagnóstico correto a 90% dos pacientes que não tinham câncer de próstata. Os outros 10% apresentavam um grau muito pequeno da doença, que não era clinicamente significante.

Segundo Guimarães, isso pode evitar procedimentos invasivos e tratamento desnecessários invasivos e tratamentos empessoas que Têm a doença, mas que não apresentarão sintomas clínicos ou terão a saúde prejudicada. Essa é uma vantagem sobre o PSA, que costuma dar resultados falsamente positivos. “Dois terços dos pacientes submetidos à biopsia após o PSA indicar suspeita de câncer não possuem a doença”, diz o médico.

Características: O novo teste de urina também parece dar informações sobre a extensão da doença, ou seja, o quão é a gravidade da doença e nem prevê se haverá recorrência do tumor – o que pode ser detectado com o PSA. Além disso diferentemente do exame de toque retal, não possibilita que o médico identifique o volume da próstata, o tamanho dos tumores locais ou o melhor tratamento para o paciente.

Por isso, o exame de urina, se for provado eficaz em pesquisas maiores e mais relevantes , não eliminará a necessidade de o paciente passar pelos exames de PSA e de toque, mas sim servirá como um complemento não invasivo e mais para um diagnóstico mais preciso.

“É um teste extremamente promissor, mas ainda precisa ser submetido a pesquisas maiores para que receba a aprovação  das agências reguladoras. Se for comprovado, sem dúvidas trará um enorme benefício aos pacientes,” afirma Guimarães. “ Esse teste pode levar a um diagnóstico mais rápido, o que ajudaria a salvar milhares de vidas, além de ter o potencial de reduzir os custos com a doença”, diz Hardev, professor da Universidade de Surrey  que coordenou as pesquisas sobre o novo exame.

Fonte:  Revista Veja

 

 

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