O esconderijo da gripe
Gripe é epidemia de temporada. Cada país tem a sua, geralmente no inverno, quando se reúnem as condições ideais para a propagação. Misteriosamente, como chegou, o vírus vai embora. Mas, volta no ano seguinte.
Em que canto ele se esconde no intervalo entre duas epidemias?
Persistiria em algumas pessoas assintomáticas, no mesmo local, à espreita do próximo inverno? Fugiria para pequenos povoados da vizinhança, longe do alcance dos serviços de saúde? Ou se esconderia em determinadas regiões do mundo?
A resposta a essas velhas indagações acaba de ser publicada na revista Science.
Dos três tipos de vírus da gripe que circulam atualmente, o que afeta o maior número de pessoas é o influenza A (H3N2), que começou a viajar pelo mundo em 1968.
Em média, os vírus influenza infectam 5% a 10% da população mundial e causam aproximadamente 500 mil mortes por ano.
O povo confunde gripe com resfriado. De fato, as duas viroses provocam febre, coriza, tosse e dores musculares, mas no resfriado os vírus são menos agressivos e os sintomas mais frustros. Tenho uma regra prática para diferenciar uma doença da outra, pergunto: foi trabalhar? Quando a resposta é afirmativa deve tratar-se de resfriado. Na gripe, o doente cai de cama, não há como resistir.
A estratégia de sobrevivência dos vírus da gripe é engenhosa: eles sofrem mutações constantes que alteram o formato das proteínas da cápsula externa. Com a mudança, os anticorpos fabricados contra as proteínas virais de uma epidemia, serão de pouca serventia para nos defender da que nos atacará no ano seguinte.
Para preparar as vacinas, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) testam múltiplas amostras do vírus colhidas de pacientes em diversas partes do mundo, para saber que anticorpos conseguem neutralizá-las. Os resultados são cruciais na preparação da vacina para a nova temporada.
Com os avanços da genética, tem sido possível demonstrar que as mutações sofridas pelo H3N2 ocorrem de forma descontínua. No período de 1968 a 2003, houve fases de relativa estabilidade, seguidas por outras de mutações muito rápidas.
Com o avanço da tecnologia, as análises das características genéticas do H3N2 conduzidas entre 2002 e 2007, puderam mostrar que existe bastante semelhança entre os vírus que se disseminam nas diversas partes do mundo. A homogeneidade sugere que eles surjam em determinada área e se espalhem globalmente, em vez de persistir em cada local para atacar no ano seguinte (situação em que haveria mais disparidade genética).
Para descobrir em que lugar do mundo os primeiros mutantes emergiriam, os pesquisadores da OMS foram atrás dos primeiros casos de gripe diagnosticados em cada país. A comparação dos genes das diferentes cepas do H3N2 revelou que os primeiros mutantes são detectados nos países do leste e sudeste da Ásia. Cerca de seis a nove meses mais tarde, eles se disseminam pela Europa, Oceania e América do Norte. Outros Gripe é epidemia de temporada. Cada país tem a sua, geralmente no inverno, quando se reúnem as condições ideais para a propagação. Misteriosamente, como chegou, o vírus vai embora. Mas, volta no ano seguinte.
Em que canto ele se esconde no intervalo entre duas epidemias?
Persistiria em algumas pessoas assintomáticas, no mesmo local, à espreita do próximo inverno? Fugiria para pequenos povoados da vizinhança, longe do alcance dos serviços de saúde? Ou se esconderia em determinadas regiões do mundo?
A resposta a essas velhas indagações acaba de ser publicada na revista Science.
Dos três tipos de vírus da gripe que circulam atualmente, o que afeta o maior número de pessoas é o influenza A (H3N2), que começou a viajar pelo mundo em 1968.
Em média, os vírus influenza infectam 5% a 10% da população mundial e causam aproximadamente 500 mil mortes por ano.
O povo confunde gripe com resfriado. De fato, as duas viroses provocam febre, coriza, tosse e dores musculares, mas no resfriado os vírus são menos agressivos e os sintomas mais frustros. Tenho uma regra prática para diferenciar uma doença da outra, pergunto: foi trabalhar? Quando a resposta é afirmativa deve tratar-se de resfriado. Na gripe, o doente cai de cama, não há como resistir.
A estratégia de sobrevivência dos vírus da gripe é engenhosa: eles sofrem mutações constantes que alteram o formato das proteínas da cápsula externa. Com a mudança, os anticorpos fabricados contra as proteínas virais de uma epidemia, serão de pouca serventia para nos defender da que nos atacará no ano seguinte.
Para preparar as vacinas, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) testam múltiplas amostras do vírus colhidas de pacientes em diversas partes do mundo, para saber que anticorpos conseguem neutralizá-las. Os resultados são cruciais na preparação da vacina para a nova temporada.
Com os avanços da genética, tem sido possível demonstrar que as mutações sofridas pelo H3N2 ocorrem de forma descontínua. No período de 1968 a 2003, houve fases de relativa estabilidade, seguidas por outras de mutações muito rápidas.
Com o avanço da tecnologia, as análises das características genéticas do H3N2 conduzidas entre 2002 e 2007, puderam mostrar que existe bastante semelhança entre os vírus que se disseminam nas diversas partes do mundo. A homogeneidade sugere que eles surjam em determinada área e se espalhem globalmente, em vez de persistir em cada local para atacar no ano seguinte (situação em que haveria mais disparidade genética).
Para descobrir em que lugar do mundo os primeiros mutantes emergiriam, os pesquisadores da OMS foram atrás dos primeiros casos de gripe diagnosticados em cada país. A comparação dos genes das diferentes cepas do H3N2 revelou que os primeiros mutantes são detectados nos países do leste e sudeste da Ásia. Cerca de seis a nove meses mais tarde, eles se disseminam pela Europa, Oceania e América do Norte. Outros Gripe é epidemia de temporada. Cada país tem a sua, geralmente no inverno, quando se reúnem as condições ideais para a propagação. Misteriosamente, como chegou, o vírus vai embora. Mas, volta no ano seguinte.
Em que canto ele se esconde no intervalo entre duas epidemias?
Persistiria em algumas pessoas assintomáticas, no mesmo local, à espreita do próximo inverno? Fugiria para pequenos povoados da vizinhança, longe do alcance dos serviços de saúde? Ou se esconderia em determinadas regiões do mundo?
A resposta a essas velhas indagações acaba de ser publicada na revista Science.
Dos três tipos de vírus da gripe que circulam atualmente, o que afeta o maior número de pessoas é o influenza A (H3N2), que começou a viajar pelo mundo em 1968.
Em média, os vírus influenza infectam 5% a 10% da população mundial e causam aproximadamente 500 mil mortes por ano.
O povo confunde gripe com resfriado. De fato, as duas viroses provocam febre, coriza, tosse e dores musculares, mas no resfriado os vírus são menos agressivos e os sintomas mais frustros. Tenho uma regra prática para diferenciar uma doença da outra, pergunto: foi trabalhar? Quando a resposta é afirmativa deve tratar-se de resfriado. Na gripe, o doente cai de cama, não há como resistir.
A estratégia de sobrevivência dos vírus da gripe é engenhosa: eles sofrem mutações constantes que alteram o formato das proteínas da cápsula externa. Com a mudança, os anticorpos fabricados contra as proteínas virais de uma epidemia, serão de pouca serventia para nos defender da que nos atacará no ano seguinte.
Para preparar as vacinas, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) testam múltiplas amostras do vírus colhidas de pacientes em diversas partes do mundo, para saber que anticorpos conseguem neutralizá-las. Os resultados são cruciais na preparação da vacina para a nova temporada.
Com os avanços da genética, tem sido possível demonstrar que as mutações sofridas pelo H3N2 ocorrem de forma descontínua. No período de 1968 a 2003, houve fases de relativa estabilidade, seguidas por outras de mutações muito rápidas.
Com o avanço da tecnologia, as análises das características genéticas do H3N2 conduzidas entre 2002 e 2007, puderam mostrar que existe bastante semelhança entre os vírus que se disseminam nas diversas partes do mundo. A homogeneidade sugere que eles surjam em determinada área e se espalhem globalmente, em vez de persistir em cada local para atacar no ano seguinte (situação em que haveria mais disparidade genética).
Para descobrir em que lugar do mundo os primeiros mutantes emergiriam, os pesquisadores da OMS foram atrás dos primeiros casos de gripe diagnosticados em cada país. A comparação dos genes das diferentes cepas do H3N2 revelou que os primeiros mutantes são detectados nos países do leste e sudeste da Ásia. Cerca de seis a nove meses mais tarde, eles se disseminam pela Europa, Oceania e América do Norte. Outros seis a nove meses são necessários para aparecerem os primeiros casos na América do Sul.
Existem evidências claras de que os vírus mutantes que emergem no leste e sudeste da Ásia são descendentes de ancestrais nascidos na mesma região. Quando esses vírus chegam à Europa e às Américas sua capacidade de sofrer mutações está bastante reduzida.
Antes de se espalhar pelos cinco continentes, os vírus precisariam, então, criar uma rede de transmissão contínua de uma pessoa para outra, no interior dos países asiáticos. Mas, como? Estudos realizados em países tropicais mostram que as epidemias de gripe costumam ocorrer em épocas de chuvas fortes.
Nas quatro regiões tropicais e subtropicais existentes no leste e no sudeste da Ásia, existe grande heterogeneidade de climas. Na mesma época do ano, em que faz calor na Tailândia, Coreia ou no Vietnã, é inverno na China e no Japão.
Tal diversidade climática cria as condições ideais para que os vírus circulem e as epidemias se sucedam nos países daquela parte do mundo. Seis a nove meses mais tarde, quando chega o inverno, ele desembarca nos aeroportos dos países da Europa, Oceania e América do Norte que mantém laços comerciais e turísticos com a Ásia.
Como nosso intercâmbio com os países asiáticos é menos intenso, as epidemias de gripe chegam mais tarde na América do Sul, porque são importadas da Europa e da América do Norte.
Sorte nossa, temos mais tempo para nos vacinar.
Fonte: www.drauziovarella.com.br