Vacinação na 3ª idade ajuda a envelhecer bem
Por: Diário WEB
A vacinação está diretamente relacionada com a melhor expectativa e qualidade de vida. Pessoas imunocompetentes têm mais condições de enfrentar adversidades associadas a vírus e bactérias. Isso torna um grande equívoco negligenciar a prevenção de danos à saúde por meio de imunobiológicos, independentemente da faixa etária.
Uma pesquisa denominada Prevenção na Maturidade, feita pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em 11 capitais do Brasil, mostrou que 59% da população nas capitais brasileiras sabem da importância de se tomar vacinas, mas a maioria desconhece quais são as vacinas mais recomendadas para cada idade.
A pesquisa apontou que 72% já se vacinaram depois dos 50 anos de idade. Desse percentual, 58% se vacinaram contra a gripe H1N1 em épocas de campanhas governamentais, 32% se vacinaram contra o tétano, 5% contra a hepatite B e somente 4% contra a pneumonia, o que é muito preocupante para os idosos.
Além disso, muitos indivíduos com mais de 60 anos estão ainda em franca atividade profissional, com responsabilidades e contribuindo para a renda familiar. Portanto, seu adoecimento pode acarretar, além da falta no trabalho e prejuízos financeiros, a transmissão de doenças infecciosas à família.
Outros aspectos importantes são a proximidade entre avós e netos, uma vez que as crianças são importantes agentes de doenças infecciosas; e as mudanças nos padrões de sexualidade, com consequente aumento das doenças sexualmente transmissíveis entre os maiores de 60 anos. Cabe ao médico investigar a situação vacinal, identificar quais vacinas devem ser indicadas e orientar o idoso sobre a importância de mantê-las atualizadas visando à prevenção de doenças.
Balanço do envelhecimento
No Brasil, a expectativa de vida já ultrapassa 74 anos, mas a equação que aponta um incremento na taxa de longevidade só faz sentido se for acrescentada a ela o coeficiente de qualidade de vida. O envelhecimento está relacionado a maior ocorrência de doenças degenerativas e, contra elas, a ciência tem se dedicado a buscar meios para o controle ou a cura.
A população global com idade superior a 60 anos deverá triplicar por volta de 2050. As estimativas apontam que deverá chegar a 2 bilhões. Essa taxa vai crescer principalmente em países menos desenvolvidos do que naqueles que já possuem alta taxa de população idosa. Doenças que impactam a vida de idosos já podem ser prevenidas ou amenizadas com o auxílio de vacinas.
As alterações imunológicas associadas ao envelhecimento fazem aumentar o risco de infecções que, em idosos, podem estar associadas com declínio funcional inespecífico e comorbidades, promovendo nesse grupo populacional maior número de hospitalizações e morbimortalidade. Esses são alguns dos aspectos que justificam a imunização como parte fundamental dos programas de prevenção e promoção da saúde do idoso.
Mais saúde e economia no bolso
O bancário aposentado Cláudio Antonio Natalin, 70 anos, mantém em dia sua carteira de vacinação desde 2008. "Faço questão de manter tudo em ordem porque a prevenção da saúde é fundamental, ainda mais com a idade chegando", diz. E as vacinas, ele reconhece, são os meios para que seu organismo possa se proteger de doenças. "Prevenir é melhor do que remediar", lembra.
Prevenir doenças nada mais é do que melhorar a qualidade de vida e economia do bolso, já que grande parte dos brasileiros gasta uma parcela considerável de seu orçamento mensal com medicamentos.
A SBIm recomenda a prevenção de doenças imunopreveníveis por meio de vacinas, com atenção especial para as doenças pneumocócicas (DP), a hepatite B e a gripe (influenza), principalmente para as pessoas acima dos 50 anos de idade.
"Viver mais implica em ter qualidade de vida, mas para isso precisamos da prevenção", argumenta a médica Isabella Ballai, presidente da Comissão de Revisão de Calendários e Consensos da SBIm e presidente da SBIm, no Rio de Janeiro. O grande desafio é conscientizar adultos e médicos sobre a importância da vacinação também entre a população mais velha.
"A vacinação é um passo fundamental para ajudar na prevenção, em conjunto com hábitos de vida saudáveis", reforça o pneumologista José Roberto Jardim, professor livre docente de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Fonte: Hermes Pardini Medicina Diagnóstica e Preventiva.